quinta-feira, 4 de junho de 2009

Os Anormais

Quem anda na estrada é como quem vai ao mercado.

A variedade de anormais a circular nas nossas estradas é tanta que troca completamente as voltas aos fabricantes de automóveis e às empresas de estudos de mercado.

Quando se pensa em construir uma nova viatura, define-se o "target" ou seja, quem vai comprar a viatura. São reuniões e reuniões com designers, psicólogos, sociólogos, especialistas automóveis, marketeers, enfim, monta-se uma espécie de Circo Cardinali para decidir o que construir tendo em conta as tendências do mercado. Fazem-se os mais variados estudos para antecipar o sucesso da viatura. Tudo definido.... toca a construir!

Só que se esquecem de uma coisa. O condutor português! Aí meus amigos, não há estudo de mercado que nos valha. Os anormais são tão díspares que não encaixam em nenhum modelo pré-definido.

Alguns exemplos de anormais: uns com CDs pendurados no retrovisor, outros com lenços a cobrir os encostos de cabeça (é radical, dizem), outros ainda com coletes reflectores a "vestir" os bancos da frente, muitos com todo o histórico dos selos no pára-brisas (já vi um com mais de 10, servia como leitura na viagem para o passageiro), outros com os mais variados autocolantes na traseira da viatura (normalmente de locais onde nunca estiveram).

Mas tenho especial carinho por um tipo de anormal.
O anormal do tunning. A viatura normalmente já deveria ter ido para abate, mas o anormal entende que não. Tem uma cor que não vem em nenhum catálogo da Robialac, coloca-lhe um "aileron" que é um "aijesus", jantes de liga leve daquelas que levaram o designer a ser despedido, umas "saias" laterais para colar a viatura ao chão, ponteira de escape tirada de um caterpillar, um volante normalmente lilás (não percebo o fetiche destes anormais por esta cor). Normalmente este tipo de viatura faz um cagarim que ninguém aguenta. E o anormal pensa... se faz cagarim é porque é "racing" e anda rápido! ultrapassa-se o anormal com facilidade, olha-se para dentro da carroça e quem lá vai? Um anormal com boné de baseball enfiado na mona (virado ao contrário), t-shirt de mangas à cava, fio de ouro (normalmente roubado) no pescoço, anéis (muitos) nos dedos. E não viaja sózinho. Não. Vem acompanhado de pelo menos mais dois anormais. O da frente normalmente vai descalço com os pés no tablier ou fora da janela, o de trás sentado ao meio do banco, uma mão apoiada na pega de apoio da esquerda e a outra na da direita. Quem vem atrás dá a nítida sensação que este anormal é ginasta e tenta fazer o "Cristo" dentro do carro.

Estes anormais são como os políticos. Só servem para uma coisa: Porrada neles, yô tá-se bem! Por onde andam cagam tudo, cospem no chão, bebem como se fossem morrer amanhã, vivem do fundo de desemprego e do produto do roubo, são descendentes dos trópicos, falam com as mãos, não sabem o que é um cinto e andam com as calças a meio dos joelhos a mostrar as cuecas, andam sempre de ténis com os atacadores desapertados e têm uns amortecedores especiais no corpo que os faz andar de um jeito que parecem marionetas. As frases mais conhecidas são "yô, tá-se bem" e "isto é um assalto, passa pra cá o pilim". Quando não estão dentro da carroça andam a cagar as paredes com "arte urbana" ou a fazer assaltos. São os jovens coitadinhos de quem a sociedade se esqueceu, dizem eles!

Taditos, a pena que tenho destes anormais. Dava-lhes uma valente carga de porrada e passavam-lhes logo os yôs e os trejeitos. De cada vez que os apanhasse na ponte a fazerem corridas com os outros anormais empurrava-os com um Caterpilar para a berma para irem marinar lá embaixo. É o que digo: Porrada neles, muita porrada!

2 comentários:

Lula disse...

PO-RRA-DA, PO-RRA-DA!!!
E elas,montadas nas suas tairocas, penduradas do seu bimbo e a gritar palavrões?!
E a "música", que mesmo com os vidros fechados nos faz estremecer o cérebro?!
Brutal. Portugal no seu melhor!
Viva Portugal!!!

Augustus disse...

Mais tolerância!!!... Todos temos direito à forma de expressão de cada um, mesmo k nem todas sejam do nosso agrado. Claro, k na situação ideal seria k essas formas de expressão nao agredissem os outros, mas dada a situação social em k vivemos actualmente, cada vez, esse ideal parece uma miragem... com poucas hipóteses de ser considerada possível realidade. A marginalidade e os chamados "comportamentos desviantes", têm por base a falta de apoio social eficiente, nas áreas fundamentais e básicas de qualquer sociedade, a educação para todos, saúde e acesso a trabalho em condições dignas. Sem isso estaremos sempre a viver neste contexto de marginalidade e violência. Certas formas de expressão mais "radicais", nada mais são do k o fruto da situação social e consequente perda de valores humanos, em prol de valores económicos, k conduziu a esta situação catastrófica em k ja nao tem muito mais margem para explorar: é um poço seco, seja de água, seja de petróleo, é apenas um poço seco. Mudança de fundo, com nova visão de modelo social e económico é necessária agora, k privilegie os valores fundamentais nas escolas, bem como uma mudança de atitude dos protagonistas da sociedade, k necessitam de ser exemplos de conduta. Caso contrário, a mensagem nao chegará às gerações mais novas... De nada adianta tentar mudar a nova geração com bonitos programas educativos, se depois aqueles k deviam dar o exemplo nao o fazem. Reciclagem de valores é urgente!