quinta-feira, 28 de maio de 2009

Comício na Gália

toc toc toc...
- Simmmmm?
- Qual sim qual quê, abra mas é os portões! Sou uma pessoa muito importante. Não posso perder tempo.
- Quem é?
- Vital Moreira!
- E eu sou o Capuchinho Vermelho.
- Insolente...se espreitares pela porta vais ver quem sou!
- Olha, olha....és mesmo tu Vital? Então o que é que queres? Levar na tromba?
- Venho para fazer um comício e para jantar...vocês convidaram-me... já se esqueceram?
- ????... espera aí que eu já venho...
O gaulês foi a correr ter com Astérix e conta-lhe o que se passa...
- Ai é? O Vital está à porta?... vem para fazer um comício e para jantar?...manda o gajo entrar e leva-o para a casa do nosso chefe...
O gaulês vai buscar o Vital à porta e leva-o à casa do chefe da aldeia.
- Boa noite... mas que raio de maneira de me receberem...
- Boa noite oh Vitalito... sou o chefe desta aldeia... o que te traz aqui? Queres levar na tromba?
- Vocês convidaram-me para fazer um comício e para jantar!
- Con... con.... convidámos o quê? Ah ah ah.......
- Para fazer um comício e para jantar já disse!
- Este gajo quer levar na tromba!
- Calma Obelix, deixa o gajo falar....
- Recebi este convite por correio.... a morada é da vossa aldeia... “Agradecemos a sua digníssima presença nesta aldeia o quanto antes para esclarecimentos sobre as eleições europeias. E aproveita e janta connosco!”…recebi ontem mesmo por correio.
- Correio? Astérix sai da frente. Agora vais levar na tromba....
- Calma Obelix, calma, deixa-nos falar com ele. Olha lá oh Vitalito, não sabes que nós não usamos correio? Então vais concorrer às eleições e não sabes o que por aqui se passa?
- Vocês não usam correio?
- Correio? Oh Vitalito, desde que inventaste o imposto europeu que só há dinheiro para a mensagem voadora.
- Mensagem voadora?
- Vamos ao bosque, apanhamos um irmãozinho dos teus, metemos-lhe a carta no colarinho, apontamos na direcção da cidade para onde endereçamos a carta.... PAFT! Chega lá num instante!
- Meus amigos já temos... olááá... quem é este?
- Druida ainda bem que chegaste. Este é o Vitalito.
- Vitalito? O que faz aqui?... vem para levar na tromba?
- Não. Vem para fazer um comício e para jantar... alguém lhe pregou uma partida!
- Esta coisa de estarem sempre a dizer que me querem dar na tromba já começa a chatear!!!
- Não fiques assim.... a malta tem este hábito o que é queres?
- Então não me convidaram é isso? Já não se faz comício?
- Calma, não te convidámos mas vais ficar para jantar. Senão ainda vais dizer que a malta trata mal os convidados.... agora, quanto ao comício esquece, a não ser que queiras levar na tromba!
- É uma pena. Tenho tanto a dizer. Olhem que vocês iam gostar. Dou beijinhos e tudo. Uma canetinha para um, um boné para outro….
- Tu é que sabes! O Obélix já te está a olhar de esguelha. Se quiseres arriscar…
A aldeia dirige-se para a mesa, farta de javalis e outros afins.....todos comentam a razão de Vitalito se encontrar ali e todos chegam à mesma conclusão... quer levar na tromba!
- Vitalito, vai uma musiquinha?
- PAFT!
- Mas Astérix... então também bates nos teus??????
- Não... este pede-nos para o pormos a dormir porque tem insónias e a senha é “vai uma musiquinha?”
- Bom... não consigo comer mais nada. Come-se muito bem aqui na Gália. Gostava de vos agradecer. Posso falar à aldeia, só para agradecer?
- Podes, mas não arrisques….
- Atenção, atenção! Meus queridos gauleses, quero-vos agradecer o amável convite que me fizeram para jantar convosco. Senti-me entre família. Esta grande família europeia, pertença também à familía do PS qu……
- PAFT!
- ah ah ah… mais um a levar na tromba! Boa Obélix. Olha, deu tempo de lhe meteres a carta para o Sócrates no colarinho?
- Deu. O convite para o comício e para o jantar é para a próxima 3ª Feira.
- eh eh eh…. ao tempo que não me divertia tanto! Estes gajos ouvem falar em comício põem-se logo a caminho. O bom é que há candidatos para todas as semanas! Só não percebo porque é que lá na terra deles ainda não inventaram esta brincadeira! eh eh eh….

terça-feira, 26 de maio de 2009

Yes Boss!

Olha-se em volta e vê-se. Elas são competentes, muitas vezes mais competentes que nós homens. São persistentes, quando nós já desistimos. São optimistas, quando nós já desmotivámos. São audazes, quando nós receamos. São as mulheres do nosso tempo. Vocês não adoram a mudança dos tempos? Não é simplesmente fantástica a evolução das coisas? Por exemplo, não é surpreendente o papel da mulher na sociedade ter-se alterado tanto em tão pouco tempo? Coisas que damos como absolutamente normais hoje, eram absolutamente impossíveis há, digamos, uns 30 anos. E 30 anos não é nada! É um pequeno sopro no tempo. Foi ontem! É perfeitamente normal hoje a mulher ter opinião e ser ouvida, ser crítica e atendida, ser profissional e reconhecida.
Veja-se o papel da mulher da classe média/alta no casamento em Portugal há 20 anos atrás. A mulher essencialmente era mãe. Trabalhar, só com ordem expressa do marido e após avaliação severa, uma avaliação que ainda hoje serve de modelo à Delloitte nas auditorias ás Multinacionais. A mulher queria-se submissa, recatada, bem vestida e penteada, de preferência com bacharel em design de interiores na medida em que era mera figura decorativa em acontecimentos sociais. Era o tempo em que o cházinho com as amigas constituía o acontecimento de maior relevância nas suas vidas, a par, claro está, do nascimento da sua prole. A mulher, na verdade, queria-se aparvalhada.
O marido era o todo poderoso. Era o mestre de cerimónias no baile onde a sua mulher saltitava de acordo com as suas vontades. O maridão era o grande macho. Era o detentor de toda a verdade. Era uma verdade que o maridão, gentilmente, partilhava com a estúpida quando esta algumas vezes (poucas) fazia perguntas. A boa mulher era a submissa! Em casa e na cama. Era o "Yes Boss" sem contemplações. Faz e cala-te. E quando não o era.... catrapum, o macho do alto da sua sapiência utilizava o seu maior argumento e desatava à estalada. Curiosamente - ainda hoje não percebo porquê, quanto mais apanhava mais a mulher gostava do animal. Coisas... Freud explicará certamente. Devia ser do chá... acredito que o chá ingerido fosse alucinogéneo. Tenho ouvido montes de casos nesses anos em que o marido apresentou o seu argumento maior, mas raras são as vezes em que tenha ouvido que a coisa tenha dado para o torto e o maridão tenha levado com um grande pontapé nas partes baixas e um valente abrolho cornos acima. A maioria das mulheres de hoje não se ficava e nós homens sabemos disso. Óbviamente que - apesar de continuarmos a ser uns grandes animais nalgumas coisas, essa já nos passou.
As mulheres, felizmente e para nosso bem, emanciparam-se. São iguais. Em muitos casos melhores. São parte activa na relação e não levam desaforo do maridão. Essa coisa do "sim mestre" acabou. Tens amante? Dá corda aos sapatos e andor.... levantas a mão? Levas com o candeeiro.... vais sair com os teus amigos? Faço festa aqui em casa com as amigas.... despedida de solteiro? Super despedida de solteira... eh eh eh, e por aí vai. "Yes Boss"? Só se aproveita a música porque a história está ultrapassada. Ainda vamos acabar em "sim mestra". Vai ser giro vai... desde que não me batam...


domingo, 24 de maio de 2009

O Click!

Ficar a falar sózinho. Já vos aconteceu? A mim inúmeras vezes. Chega alguém e faz-nos uma pergunta. Nós pensamos que a pessoa perguntou porque está realmente interessada na resposta. Respondemos e a meio da nossa resposta a pessoa começa a falar com outra, e nós...? Pois é, estranho não é?
Depois pensamos que o outro não reparou que estávamos a responder ou que não nos ouvíu e então repetimos a resposta, agora mais alto....nada! Engolimos em seco e calamo-nos.
Ou então a meio da nossa resposta a mesma pessoa interrompe-nos e faz outra pergunta completamente diferente do assunto inicial. Desta vez pensamos se vale mesmo a pena responder e iniciamos a resposta a medo... "bem, relativamente a isso eu acho..." zás! Interrompe de novo. E começa a debitar opiniões díspares, desta vez sobre a problemática do atum na alimentação portuguesa, e com algum sadismo pergunta-nos o que achamos... Vai-te catar, desta vez não ouves nem um pio!
Ou então a pessoa pergunta algo e nem aguarda a nossa resposta. Começa logo a dar a sua opinião sobre a pergunta que nos fez e vai dissertando sobre tudo e alguma coisa até cair em assuntos de ordem pessoal que - invariavelmente, não nos dizem nada e sobre os quais não temos qualquer opinião... nem queremos ter!
De facto existem pessoas com as quais é difícil falar. Diria mesmo impossível manter diálogo. Os monólogos são tudo o que a pessoa conhece. Talvez por delicadeza nos peça a opinião, no entanto estou quase certo que o faz apenas para ganhar fôlego para a próxima dissertação que poderá muito bem cair (se for uma mulher) nas dificuldades da sua gravidez (sempre caso único e candidato a "case study" da medicina) ou então (se for homem) algo sobre o seu emprego do qual não conhecemos nada.
Já para não falar daquelas pessoas que falam... falam... falam, o mundo a desabar ao lado delas e, blá blá blá.... não ouvem mais nada senão a própria voz!

Falo disto porque as pessoas parecem-me tão aparvalhadas pela televisão, novelas e afins, que acabam (parece-me) por deixar de saber conversar. Dantes, conversar era não só um acto social mas também partilha de experiências, interessantes, únicas! As pessoas acresciam sempre algo desconhecido às conversas, interessavam-se pelo interlocutor, queriam falar mas também ouvir. Acrescentava-se uma tigela de cerejas à mesa e a conversa irrompia por altas horas.
Hoje as pessoas apenas desejam ser ouvidas. Não me parece mal. Desde que o assunto seja interessante!

De qualquer modo, eu até tenho sorte. Tenho um botão na mente que activo nestas situações. Quando me aparece um espécimen deste calibre, click! O que acontece? O cérebro liga o cruise control e - de forma automática, de 3 em 3 segundos ora levanta-me uma sobrancelha, ora franze-me a testa, ou então inclina-me a cabeça para trás ou para a frente, esboça-me um sorriso... ou seja, passa para o "pica miolos" que eu estou muito interessado na conversa embora permaneça em absoluto silêncio. Enquanto isto acontece vou para a minha sala da musica mental e.... viajo! Selecciono uma musica e imagens e viajo. Aqui vai uma que liguei recentemente enquanto ouvia algo sobre ... olhem, já nem sei!


sábado, 23 de maio de 2009

Sexualidade

Imbuído do meu espírito masoquista, arrisco e ligo a TV num canal português. Notícia do dia, uma professora em Espinho fez e aconteceu numa aula com os alunos. Aula de educação sexual (?). Ouço a gravação feita às escondidas por uma aluna..... dou dois estalos em mim próprio (castigo que me imponho por ter ligado num canal nacional) e entram os vários comentadores (?) em acção. Políticos, psicólogos, pais, jornalistas, advogados, associações, padres, empregadas de limpeza, cabeleireiras... enfim, só faltou mesmo o Noddy! Mudo de canal!
Enquanto tento recuperar do choque (do que ouvi na gravação e do pouco que ouvi dos pseudo-comentadores) coloco a mim mesmo uma série de interrogações:
- O que levará uma professora a ter tal diarreia verbal com os alunos?
- O que levará o Estado a pensar que poderá dar aulas de educação sexual numa escola?
- Porque pensa o Estado que os professores estão habilitados a explicar a sexualidade a adolescentes que têm vivências que estão a anos-luz dos professores?
- O que levará a direcção de informação de um canal a pensar que qualquer pestunto está habilitado a comentar o que quer que seja na televisão?
- O que levará uma aluna a gravar às escondidas uma aula?
- Porque é que o Noddy não comentou o caso?

Tanta interrogação e não obtenho respostas. De facto, com o tempo, vou-me tornando cada vez mais limitado para entender esta loucura. É um problema meu, não do mundo certamente! Mas sei algumas coisas. Por exemplo :
- Sei que não é fácil ser professor com alguns alunos
- Sei que não é fácil ser aluno com alguns professores
- Sei que muitos adolescentes não fazem a mínima ideia do que é isso, a sexualidade
- Sei que a maioria dos professores não estão habilitados a falar deste assunto com os filhos, muito menos com os alunos
- Sei que muitos alunos estão mais do que habilitados a explicar e a dismistificar a sexualidade a muitos professores
- Sei que o Estado não percebe pôrra nenhuma do que anda a fazer
- Sei que muitos deputados gostam de falar sobre sexualidade na Assembleia mas têm vergonha de comprar um preservativo na farmácia
- Sei que muitos pais condenam a actuação da professora mas não educam em casa
- Sei que muitos comportamentos que os alunos desenvolvem são uma cópia fiel do que vêem ao jantar
- Sei que a media em Portugal é uma merda
- Sei que os comentadores (?) sabem tudo sim, mas quando estão a ser assistidos pelos infelizes que moram no Júlio de Matos
- Sei que a sexualidade aprende-se naturalmente, sem imposição, sem "programa escolar". Mas a maioria dos adolescentes, felizmente, também sabe
- Sei que se voltar a ser masoquista interno-me
- Sei que o Noddy estava a filmar um novo episódio e que por isso não pôde dar o seu contributo
- Sei que os adolescentes, assim como as pessoas menos novas e os idosos, também aprendem a seu tempo, que sexo é uma coisa e amor é outra... e que ambos são óptimos!


quarta-feira, 20 de maio de 2009

Semana atribulada

Devido a uma semana intensa tem-me faltado tempo para postar. Voltarei em breve. Aguardem-me!



sábado, 16 de maio de 2009

Notícia de última hora

É isso mesmo. Notícia de última hora. Afinal os segredos de Fátima não eram 3 e sim 4. Espantado? Eu também. São 4 os segredos de Fátima e o quarto segredo foi revelado este ano. Quer saber qual é, quer? Pois bem, aqui vai:
- Em Maio de 2009 todas as casas de banho de actividades de restauração à beira da estrada que leva a Fátima, irão avariar. No sentido Norte-Sul e no sentido Sul-Norte!
Surpreso? Eu também. Mas mais surpresos ainda ficaram todos os peregrinos que este ano se deslocaram a Fátima. Sempre que entravam num destes locais à beira da estrada, eram bem vindos para consumir e pagar (com preços inflacionados), mas para obrar.... bem, isso já não era possível. Como que por milagre, todas as casas de banho estiveram fora de serviço por inexplicável avaria.
Os peregrinos, na sua boa fé (e deve ser muita, porque alguém que vai a pé centenas de Kms quando tem à sua disposição tantas auto-estradas, só pode ter muita fé) foram entrando nestes locais e - incrédulos, foram notando na estranha avaria das casas de banho.
Fantástico não é? Será milagre ou chico espertice? Hummmm..... inclino-me mais para a 2ª hipótese. Os donos destes locais sabendo da peregrinação que se avizinhava, do alto da sua sapiência e vontade de trabalhar, tiveram a "peregrina" ideia de - em conjunto, encerrarem os sanitários durante a peregrinação. Brilhante ideia não é? Estou até a vê-los em reunião pela calada da noite a combinarem em segredo o encerramento dos sanitários. E a saírem da mesma com aquele sorriso parolo que lhes conhecemos.
Eu pessoalmente não sou a favor nem contra nenhuma manifestação religiosa. Mas sou inteiramente a favor da educação e do respeito. Se não queriam os peregrinos a obrar nas instalações então também não podiam querer o seu dinheiro do consumo que viessem a fazer, ou seja, deveriam pura e simplesmente ter encerrado as portas. Já para não falar que sou a favor de que se cumpra a lei. E a lei determina que qualquer estabelecimento de restauração aberto ao público deve ter sanitários em condições de utilização. Mas para se cumprir a lei tem de haver quem a faça cumprir, neste caso a ASAE, mas essa anda muito ocupada atrás dos lelos e dos chineses.
Já agora, este milagre das avarias em simultâneo teve prazo de validade. Assim que acabou a peregrinação... voilá, tudo voltou a funcionar normalmente.
Por este andar, na próxima peregrinação, o "kit peregrino" composto por colete reflector, joalheiras e cajado, terá de acrescentar também um penico ou conjunto de fraldas descartáveis para adultos.
Não sou nada de rezas, mas vou-me ajoelhar e rezar. Rezar muito. Vou pedir à entidade milagreira que dê uma valente prisão de ventre a todos os peregrinos na próxima ida a Fátima e que a mesma passe logo que a peregrinação termine. E que no caminho se faça o milagre da multiplicação dos pães, e já agora do café da coca-cola, da febra e outros afins, para que não tenham de voltar a entrar nestas pocilgas de beira da estrada.
Qual a consequência? Estes energúmenos dentro de pouco tempo, à semelhança dos energúmenos que nos tratavam a pontapé em Canal Caveira a caminho do Algarve, lembram-se (?), terem de fechar portas e virem para a televisão dizer que isto está muito mau e que o Governo não os ajuda!
Já estou mesmo a ver, os peregrinos refastelados no sofá a verem a reportagem na televisão e a pensarem para si mesmos... "é pena, mas estou-me "cagando" para o assunto"!

Hermanoteu

Como é Sábado, estou a tentar arrumar a mente da desgraça que nos rodeia. Por isso e porque rir faz bem, deixo-vos com um pouquinho da verdadeira história de Moisés e o mar Vermelho.


sexta-feira, 15 de maio de 2009

Um dia você aprende

Todos os dias aprendemos!
Ou melhor, quem quiser, todos os dias poderá aprender. O conhecimento anda por aí, no ar, à espera de ser agarrado. Nós por vezes é que não damos por ele. Andamos metidos para dentro, que é como quem diz, a olhar para o nosso umbigo. Como conseguir que as coisas sejam mais fáceis? Ou mais interessantes? Ou diferentes? Ou mais estimulantes? Ou mais alegres? Ou mais "verdadeiras"?
Julgamos muitas das vezes tudo saber. Sentamo-nos em cima da nossa "experiência" e pensamos ser catedátricos do conhecimento. Errado! A "experiência" não se adquire apenas com os anos vividos mas com o que se fez com a vida, os erros cometidos, assumidos, corrigidos. Os tropeções, as quedas e o levantar de novo. Os risos, os choros. Os beijos e as estaladas. Experiência adquire-se com a quantidade de ferramentas que se utilizam ao longo dos anos sob pena de apenas sabermos fazer coisas de uma determinada forma, matando assim a criatividade que é inerente a qualquer um de nós. E sob pena de ficarmos isolados nas nossas "verdades".
"Para quem só sabe usar o martelo, qualquer problema é um prego." [Abraham Maslow]
Falo disto porque - ainda agora com 44 anos, me surpreendo com o que a vida me apresenta. Fico admirado, aparvalhado, perdido. Pergunto a mim mesmo - Mas então como é que eu não estava à espera disto? E a vida grita lá do alto :
- É a experiência estúpido!
Hummm.... falta-me então conhecimento, vivências, desilusões, surpresas, alegrias e tristezas, partilhas... enfim, falta-me ainda "viver". Então é isso. Está explicado porque é que ainda discuto muito, porque é que as relações com os outros por vezes são tão difíceis, porque é que por vezes não entendo nada e outras julgo entender tudo. Falta ainda experiência.
Mas um dia nós aprendemos! Ele anda por aí. O conhecimento. Há que tentar agarrá-lo. Há que usar tantas ferramentas quantas nos sejam postas à disposição. E inventar outras. Para no mínimo saber viver. E não se morrer estúpido!
Difícil não é? Mas um dia você aprende!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Para desenjoar

Bah, depois da carrancuda da Manelita é preciso desenjoar!

Não desista!

Ía eu todo lampeiro na A1 a tentar adivinhar onde se encontravam os radares, quando me deparo com este cartaz..."Não desista. Somos todos precisos". Fiquei a pensar (às vezes, muito raramente, dá-me para isso).... não desista? Desisitir do quê?

Vamos por partes: "Não Desista". O cartaz mostra-nos uma fotografia da Srª Dª Manuela sentada a uma secretária. A secretária está vazia. Não há um agrafador, um telefone, um clip, uma folha, uma caneta... não há rigorosamente nada! A pose é propositada. Não há ali qualquer intenção de mostrar que se está a trabalhar, ao contrário do que é habitual nos cartazes políticos onde os mesmos tiram fotografias de mangas arregaçadas e sem gravata para mostrarem que são do povo. Não, a Srª Dª Manuela tem a intenção de nos mostrar que não está a fazer rigorosamente nada. Ali não se produz coisa nenhuma ao ponto de posar praticamente de braços cruzados com uma mão de forma singela em cima da outra. Secretária limpinha e mostrando que não há afazeres.


Portanto, podemos concluir que a mensagem é.... não desista, você que trabalha ainda vai chegar lá. Faça um esforço e, como eu, atire o que tem em cima da secretária para o chão, deixe-a limpinha e ... cruze os braços! Ou, se não tiver receio de passar por Gay, pouse uma mão de forma singela sobre a outra. E fixe o olhar, fixe de forma convicta...isso, aparvalhe a olhar para a parede. Não desista, você consegue!


Temos também a segunda parte da mensagem : "Somos todos precisos", que é como quem diz somos todos iguais, estamos todos no mesmo barco (eu no barco a remos e ela num qualquer transatlântico da Cunnard Lines), somos um só, somos o povo! Estão a ver não é? Eu sou igual à Manelita e ela precisa de mim, logo eu que nunca a vi mais gorda. Mas como ela precisa.... vamos a isso.... quando chego ao meu gabinete toca de atirar tudo para o chão e cruzo os braços fixando o olhar na parede. Pronto, já está!... Nada, não acontece nada. Mas não desisto! Continuo a não fazer coisa alguma e fixo, fixo muito a parede até ficar a lacrimejar dos olhos. Nada! Mas não interessa, a senhora pedíu eu faço-lhe a vontade. Mais uma tentativa e nada! Sei que sou preciso, mas desisto! As pessoas aqui na empresa têm entrado e saído do meu gabinete sem dizer uma palavra e com cara de estranheza. Parece-me que não estão a entender o exercício que estou a fazer... é melhor desistir!

Confesso que também eu não entendo o que me está a ser pedido por esta senhora. Ou então eu percebi mal a mensagem. Deixa ver....ah, se calhar está a querer dizer-me que eu sou preciso para parar a democracia por uns tempos até meter "tudo" na ordem. Deve ser isso. Interessa-me. Eu se há coisa que gosto é de mandar. Reparo num número de telefone no cartaz e acredito que seja para fazer a inscrição "para mandar e meter tudo na ordem". Ligo para lá. Sou informado por uma gravação que se trata de uma chamada de valor acrescentado... mau, começa mal, ainda não mandei nada e já estou a pagar. A seguir vem uma voz grave... começa a falar e reconheço-a...olha, olha, é Srª Dª Manuela...

- Oh Srª Dª Manuela, ainda bem que é V. Exa. a atender a chamada, é que eu não percebi ainda qu .... a voz não se cala e percebo que afinal é outra gravação. Diz que precisa de mim, quer ouvir-me, não quer que eu desista. Pois, isso eu já tinha percebido. Acaba a gravação e vem outra senhora que começa a falar comigo. Digo-lhe que me quero inscrever. Ela diz-me que não é para fazer inscrição nenhuma e sim para me queixar do que está mal para a Srª Dª Manuela resolver. Hummm.... pergunto-lhe quantas horas posso ficar a queixar-me e quem vai pagar a chamada? Ela diz-me que tenho apenas um minuto e que sou eu quem vai pagar o telefonema. Um minuto? Um minuto nem dá para reclamar do valor do pão. Olhe, muito obrigado mas desisto.

Desliguei o telefone. Fiquei meia hora de rabo para o ar a apanhar os clips do chão e voltei a fazer aquilo que os portugueses fazem todos os dias mas a Srª Dª Manuela não sabe fazer.... trabalhar! E prometi a mim mesmo : que se lixem os radares, na A1 é prego a fundo e passar a voar pelos cartazes dos políticos!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

É preciso querer!

Hoje estive numa repartição pública. Calma, não me vou suicidar, mas estou seriamente a pensar comprar uma Uzi israelita e entrar pela repartição adentro e metralhar toda aquela corja sem sobrancelhas e de franjinha irritante de quem foi ontem ao cabeleireiro do bairro para ir hoje "trabalhar". Um dia... aguardem-me, vai tudo subir na vida.... vai de granada para cima!

Típico dos portugueses.... "ah, isso não é comigo, é com o meu colega" e quem precisa vai andar de colega em colega até desistir.

Os portugas têm o hábito de fazerem (mal) apenas aquilo que está registado em conservatória que devem fazer. Tudo o que seja para além disso... "ah, isso não é comigo é com o meu colega", e ainda dizem isto com um sorrisinho que só dá vontade de enfiar-lhes um valente abrolho na dentadura. Ou então, dizem-no com uma cara carrancuda, assim como que a meter medo, de forma a que a malta não lhes faça mais perguntas e saia a correr em direcção ao "colega".

É típico deste povo e não se passa (contrariamente ao que estavam a pensar) apenas na função pública. Ou seja, os funcionários da função publica têm o MBA do "sacudir a água do capote" mas não têm o exclusivo, não, esta maneira de estar está no DNA dos portugueses.

E por incrível que pareça quanto mais velho é o interlocutor mais "colegas" ele tem. Pergunte-se a alguém já "entradote" se "aquilo" é ele que faz e atente-se nas respostas. Tem montes de "colegas" certo? Pois é, quanto mais velho menos quer fazer! Parece que vai refinando com a idade.

Na verdade, este país está como está porque ninguém faz pôrra nenhuma e aquilo que alguém faz - como faz contrariado (porque o "colega" está de férias) faz mal!

Mas ainda acredito na nova geração (desde que não viva no Bairro da Bela Vista). Acredito sinceramente que a nova geração (não digo os "jovens" porque me irrita esta expressão tão usada pelos políticos e pelo clero) vai ter outra postura e vai "querer fazer". Acredito, porque se assim não vier a acontecer.... estamos condenados!

Vamos mandá-los à merda?

Quando penso em política e/ou em políticos portugueses, apetece-me mandá-los categóricamente à merda!
Sempre pensei que fossem os países da América do Sul a terem a exclusividade da mediocridade política, sendo por isso os digníssimos representantes da política de algibeira e o expoente máximo da corrupção.
Pensei - ingenuamente, que o sol tórrido que incide nas cabecinhas dos sul-americanos, fosse o motivo maior dessa situação. Mas afinal enganei-me. A Europa tem um país que ofusca a América do Sul nesse capítulo. Adivinhem qual? Exactamente, Portugal!
A ligeireza com que botam faladura sobre assuntos que - dizem eles, interessam aos portugueses e que afinal de contas não nos interessa nada, ou melhor dizendo, nos estamos perfeitamente cagando, é gritante!
Como a comunicação social é parceira nesta mediocridade invadindo-nos diáriamente com imagens e áudio destas cavalgaduras, não nos resta mais nada senão mudar para os canais "estrangeiros" (adoro esta expressão bem portuguesinha) e.... mandá-los a todos à merda! Ou então dedicar-lhes uma musiquinha. Esta curiosamente vem da América do Sul, vá-se lá saber porquê!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Vai começar





Farto de falar para as paredes, decidi falar para o virtual.... eh eh eh, quem me ouvirá (lerá)? Quiçá alguém que foi cair aqui por acaso... "olha, quem é este atordoado? Deixa cá ver...".
Ninguém em especial.... só um meia-idade (iack!) que sente que está sózinho (snif snif) no meio de tanta mediocridade (ôpa, soa-me a Einstein)

A partir de hoje vou dar voz às minhas lamúrias. Quem me quiser ouvir, está à vontade!