terça-feira, 26 de maio de 2009

Yes Boss!

Olha-se em volta e vê-se. Elas são competentes, muitas vezes mais competentes que nós homens. São persistentes, quando nós já desistimos. São optimistas, quando nós já desmotivámos. São audazes, quando nós receamos. São as mulheres do nosso tempo. Vocês não adoram a mudança dos tempos? Não é simplesmente fantástica a evolução das coisas? Por exemplo, não é surpreendente o papel da mulher na sociedade ter-se alterado tanto em tão pouco tempo? Coisas que damos como absolutamente normais hoje, eram absolutamente impossíveis há, digamos, uns 30 anos. E 30 anos não é nada! É um pequeno sopro no tempo. Foi ontem! É perfeitamente normal hoje a mulher ter opinião e ser ouvida, ser crítica e atendida, ser profissional e reconhecida.
Veja-se o papel da mulher da classe média/alta no casamento em Portugal há 20 anos atrás. A mulher essencialmente era mãe. Trabalhar, só com ordem expressa do marido e após avaliação severa, uma avaliação que ainda hoje serve de modelo à Delloitte nas auditorias ás Multinacionais. A mulher queria-se submissa, recatada, bem vestida e penteada, de preferência com bacharel em design de interiores na medida em que era mera figura decorativa em acontecimentos sociais. Era o tempo em que o cházinho com as amigas constituía o acontecimento de maior relevância nas suas vidas, a par, claro está, do nascimento da sua prole. A mulher, na verdade, queria-se aparvalhada.
O marido era o todo poderoso. Era o mestre de cerimónias no baile onde a sua mulher saltitava de acordo com as suas vontades. O maridão era o grande macho. Era o detentor de toda a verdade. Era uma verdade que o maridão, gentilmente, partilhava com a estúpida quando esta algumas vezes (poucas) fazia perguntas. A boa mulher era a submissa! Em casa e na cama. Era o "Yes Boss" sem contemplações. Faz e cala-te. E quando não o era.... catrapum, o macho do alto da sua sapiência utilizava o seu maior argumento e desatava à estalada. Curiosamente - ainda hoje não percebo porquê, quanto mais apanhava mais a mulher gostava do animal. Coisas... Freud explicará certamente. Devia ser do chá... acredito que o chá ingerido fosse alucinogéneo. Tenho ouvido montes de casos nesses anos em que o marido apresentou o seu argumento maior, mas raras são as vezes em que tenha ouvido que a coisa tenha dado para o torto e o maridão tenha levado com um grande pontapé nas partes baixas e um valente abrolho cornos acima. A maioria das mulheres de hoje não se ficava e nós homens sabemos disso. Óbviamente que - apesar de continuarmos a ser uns grandes animais nalgumas coisas, essa já nos passou.
As mulheres, felizmente e para nosso bem, emanciparam-se. São iguais. Em muitos casos melhores. São parte activa na relação e não levam desaforo do maridão. Essa coisa do "sim mestre" acabou. Tens amante? Dá corda aos sapatos e andor.... levantas a mão? Levas com o candeeiro.... vais sair com os teus amigos? Faço festa aqui em casa com as amigas.... despedida de solteiro? Super despedida de solteira... eh eh eh, e por aí vai. "Yes Boss"? Só se aproveita a música porque a história está ultrapassada. Ainda vamos acabar em "sim mestra". Vai ser giro vai... desde que não me batam...


1 comentário:

Augustus disse...

Pois é Peter, ja faltou mais para termos essa realidade... Tem ja muita mulher no seu lar, a mandar no seu "Óme"... :p

Vamos ver onde isto ainda vai parar... sei nao... hum...